quinta-feira, 21 de abril de 2011

O esforço.

   Sob passos pequenos e irregulares, o movimento. A respiração é pesada. A noite fria contraria o calor provocado pela longa caminhada. Uma gama de estrelas completam o céu de uma maneira há muito tempo esquecida pelas cidades grandes. Seus brilhos são ofuscados pelos postes de luz, como um baú escondendo seu tesouro.
   A brisa gelada tomam conta da cidade, já em sua maioria no conforto de seus lares, desacelerando do dia corrido e cansativo. Os carros seguem em direção de suas casas num rodar arrastado, vencido por mais um dia de corrida. As dezenas ou centenas de cavalos que galopavam num ímpeto desnecessário - pelas leis do trânsito - à tarde, agora trotam como se estivessem puxando vagões cheios. E estavam cheios.
   Mas a noite não para; avança junto com os corredores em véspera de competição. Pessoas que encontram energia para a corrida noturna, a caminhada acompanhada de uma conversa leve e solta, e que esquecem totalmente dos fardos que lhes foram impostos.
   A mente já não responde aos estímulos. O equilíbrio, debilitado. Os ouvidos tentam escutar mas só há silêncio acompanhado de zumbidos. Mãos e olhos vasculham o quarto atrapalhados. Mas encontram. Sem - desta vez - vacilar, deitam-se. O cansaço impede qualquer pensamento senão do conforto do tão sonhado descanso.