Quando pequeno, ganhei um castelo. Era o dobro da minha altura, mas o achava enorme. O explorei como se fosse dono de uma casa nova. Descubria cada detalhes que tinha, cada segredos dele. Ele tinha uma torre que me permitia avistar o inimigo e, realmente, se não fosse por ele, jamais manteria o domínio do lugar! Muitas batalhas foram travadas por lá. Muitas vitórias conquistadas, mas tantas outras derrotas que nos obrigaram a fugir do castelo pela pequena passagem secreta que tinha! Às vezes as lutas eram tão árduas e extensas que nem fugir era possível. Arrumava-se um pequeno espaço e ali repousavam os bravos guerreiros que protegiam a fortaleza.
Com o tempo, a edificação foi evoluindo. A tal torre já não era lugar onde atiravam flechas flamejantes. Agora, com a ajuda de um cabo de vassoura apoiada em seu muro, criou-se a metralhadora. Foram surgindo dinossauros e criaturas cujas alturas eram incalculáveis. Desprotegido por cima, o castelo, por meio da imaginação e um colchão abandonado, ganhava um teto! A escuridão no seu interior, criava um ambiente mais aconchegante(?!) ao mesmo tempo em que relembrava as condições insalubres da idade média. Apesar disso, era eficaz na proteção do seu rei. Imponente, virou, com a presença de mais uns amigos, fonte de esconderijo para as brincadeiras diversas.
Mas os anos foram passando e parte de sua grandiosidade foi se perdendo. Sua altura já não intimidava mais. As suas armas perderam seu poderio diante do desinteresse desenvolvido pelo crescimento. O castelo, enfim, tornara-se obsoleto e uma ruína, que antigos, quando o vê, relembram dos seus momentos de glória. Mas assim como as construções reais, há a restauração. Outros pequenos vão descobrindo e herdando o brinquedo arquitetônico que, em tijolo por tijolo, construiu minha infância.
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Ahhh, que fofo, Kel... escrevi algo que relembra minha infância também, mas (surpresa!=P) é relacionado a comida hehehe "ovos"
ResponderExcluirvery nice place...
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