segunda-feira, 18 de junho de 2012

O encontro.

....


      P. estava um pouco nervoso. A noite não foi das mais tranquilas. Abdicara de um prêmio e abusara do álcool no dia anterior. Ele sentara em uma mesa reservada para dois. Tomava em grandes goles a bebida que o garçom lhe servia. Esperava-a na mesa aonde milhões de pensamentos percorriam em sua confusa cabeça. Olhava ansiosamente para o seu relógio para ver se não se adiantara demais ou se a mulher atrasara. Arrumava-se, metodicamente, seus cabelos, seu terno e seu hálito afim de não encontrar nenhum problema em seu encontro. Estava paranoico.
      Enquanto o garçom servia a melhor entrada da casa a seu pedido, P. viajava e pensava sobre ela: Sobre o que falariam? Quais os seus gostos? Será que gostava de cerveja? Ou era mais para o vinho? O que gostava de ouvir? O que gostava como hobby? Por que tanta trocas de olhares no dia anterior? Era algum sinal (Oh! Claro que não!)?  Fazia muito tempo que sua cabeça não era  infestada de tantas dúvidas. Não degustara a entrada, pensava demais sobre as coisas mais simples que afloravam em sua cabeça. Imaginava todas as situações que simulava em sua mente. Estava obcecado.
      O tempo vai e o tempo vem. Horas se passaram e P., percebeu que, após toda a imaginação dita acima - e mais um pouco -, ele terminara sua refeição sem a presença dela. Ela, a fonte de toda as suas idéias, não era nada mais do que uma simples ilusão que P. criara por motivos (des)conhecidos. P. percebeu da gravidade de sua situação, percebeu seus olhos lacrimejando e discretamente pagou a conta. Levantou-se percebendo que os vizinhos de mesa o viram, e saiu do restaurante ciente do que estava acontecendo. Cheio de dúvidas.

....

http://semeioss.blogspot.com.br/2011/06/o-paleto.html
http://semeioss.blogspot.com.br/2011/05/o-terno.html

2 comentários: