Quando pequeno, ganhei um castelo. Era o dobro da minha altura, mas o achava enorme. O explorei como se fosse dono de uma casa nova. Descubria cada detalhes que tinha, cada segredos dele. Ele tinha uma torre que me permitia avistar o inimigo e, realmente, se não fosse por ele, jamais manteria o domínio do lugar! Muitas batalhas foram travadas por lá. Muitas vitórias conquistadas, mas tantas outras derrotas que nos obrigaram a fugir do castelo pela pequena passagem secreta que tinha! Às vezes as lutas eram tão árduas e extensas que nem fugir era possível. Arrumava-se um pequeno espaço e ali repousavam os bravos guerreiros que protegiam a fortaleza.
Com o tempo, a edificação foi evoluindo. A tal torre já não era lugar onde atiravam flechas flamejantes. Agora, com a ajuda de um cabo de vassoura apoiada em seu muro, criou-se a metralhadora. Foram surgindo dinossauros e criaturas cujas alturas eram incalculáveis. Desprotegido por cima, o castelo, por meio da imaginação e um colchão abandonado, ganhava um teto! A escuridão no seu interior, criava um ambiente mais aconchegante(?!) ao mesmo tempo em que relembrava as condições insalubres da idade média. Apesar disso, era eficaz na proteção do seu rei. Imponente, virou, com a presença de mais uns amigos, fonte de esconderijo para as brincadeiras diversas.
Mas os anos foram passando e parte de sua grandiosidade foi se perdendo. Sua altura já não intimidava mais. As suas armas perderam seu poderio diante do desinteresse desenvolvido pelo crescimento. O castelo, enfim, tornara-se obsoleto e uma ruína, que antigos, quando o vê, relembram dos seus momentos de glória. Mas assim como as construções reais, há a restauração. Outros pequenos vão descobrindo e herdando o brinquedo arquitetônico que, em tijolo por tijolo, construiu minha infância.
http://creativecommons.org/licenses/by/2.5/deed.en
sexta-feira, 15 de julho de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
A campanha.
A fome era grande - não comera direito na véspera- então não esperou muito para se servir. Esperava poder encher a barriga se entupindo com qualquer prato servido no buffet. Surpreende-se com a variedades de legumes refogados, ao azeite, grelhados e uma infinidade de frios e pratos quentes. Nada extraordinário se não fosse pelo fato de todas as comidas causarem atração. Por causa disso, torna-se obrigatório retornar a mesa sem ter explorado mais do que um terço da comida disponível.
O prato, debaixo da montanha de comida, fez-se perdido na infinidade de cores e cheiros que enchem os olhos e narinas de uma embriaguez absurda, tornando difícil esconder o sorriso. A vontade de comer em uma única garfada, só evidencia a dúvida que paira no ar: "Por onde começo?". Some aos poucos a abobrinha grelhada, o parma, a berinjela, o risoto, os redondos (tomates e queijinhos), os retangulares (sashimis), os compridos, curtos, e tantos outros de todas as formas e texturas dentro do minúsculo prato(?!) em que se encontravam.
Retorna ao buffet com a expectativa potencializada pela experiência anterior. Novo montante que, desta vez, incluem carpaccios variados, mix de cogumelos e uma série de verduras que converteria facilmente qualquer carnívoro convicto a simpatizar com essas folhas! A diversidade de molhos de ervas, tradicionais e misturas incomuns, prontos para serem degustados, faz com que o prato pareça mais uma sopa.
Outra montanha some do mapa. Culpa do ser humano, impetuoso e seduzido pelas suas riquezas! Mas ele - talvez - tem o seu limite. A vontade de comer mais se esbarra nas dimensões do estômago. A cabeça se perde nas idéias enquanto saboreia cada bocado. Mais uma expedição, desta vez em direção às massas e carnes, retorna bem sucedida. Carne suculenta e macia, derretem na boca, tornando quase impossível manter os modos e não usar os dentes para separar as proteínas dos ossos. As massas banhadas pelo molho branco, saboroso e consistente, tiram todas as dúvidas sobre sua saciedade.
Respira-se, com dificuldade, fadigado pelo enorme esforço consumido. Ainda busca repetir pequenos bocados e curtir mais um pouco. Acabam-se as investidas, os movimentos. A boca, antes afogada pela saliva abundante, agora se recupera de uma ressaca de sabores. É preciso levantar e entregar o território. Mas não antes de gravar na cabeça a rota, para que, em um futuro próximo, a aventura se repita.
O prato, debaixo da montanha de comida, fez-se perdido na infinidade de cores e cheiros que enchem os olhos e narinas de uma embriaguez absurda, tornando difícil esconder o sorriso. A vontade de comer em uma única garfada, só evidencia a dúvida que paira no ar: "Por onde começo?". Some aos poucos a abobrinha grelhada, o parma, a berinjela, o risoto, os redondos (tomates e queijinhos), os retangulares (sashimis), os compridos, curtos, e tantos outros de todas as formas e texturas dentro do minúsculo prato(?!) em que se encontravam.
Retorna ao buffet com a expectativa potencializada pela experiência anterior. Novo montante que, desta vez, incluem carpaccios variados, mix de cogumelos e uma série de verduras que converteria facilmente qualquer carnívoro convicto a simpatizar com essas folhas! A diversidade de molhos de ervas, tradicionais e misturas incomuns, prontos para serem degustados, faz com que o prato pareça mais uma sopa.
Outra montanha some do mapa. Culpa do ser humano, impetuoso e seduzido pelas suas riquezas! Mas ele - talvez - tem o seu limite. A vontade de comer mais se esbarra nas dimensões do estômago. A cabeça se perde nas idéias enquanto saboreia cada bocado. Mais uma expedição, desta vez em direção às massas e carnes, retorna bem sucedida. Carne suculenta e macia, derretem na boca, tornando quase impossível manter os modos e não usar os dentes para separar as proteínas dos ossos. As massas banhadas pelo molho branco, saboroso e consistente, tiram todas as dúvidas sobre sua saciedade.
Respira-se, com dificuldade, fadigado pelo enorme esforço consumido. Ainda busca repetir pequenos bocados e curtir mais um pouco. Acabam-se as investidas, os movimentos. A boca, antes afogada pela saliva abundante, agora se recupera de uma ressaca de sabores. É preciso levantar e entregar o território. Mas não antes de gravar na cabeça a rota, para que, em um futuro próximo, a aventura se repita.
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